Como são armazenadas as imagens do telescópio espacial James Webb
Um SSD de 68GB é usado para armazenar as fantásticas imagens capturadas pelo super telescópio
Depois de divulgarem as primeiras imagens do James Webb na última semana surgiram detalhes técnicos sobre as imagens. As informações foram divulgadas pela DPreview. O super telescópio espacial da NASA de U$ 10 bilhões de dólares já teve uma espetacular sequência de imagens divulgadas que mostram pontos remotos do universo em fotos de bilhões de anos atrás. Algo fundamental para entender as origens do universo e como estrelas e galáxias foram formadas.
De primeira, chegar a ser um tanto surpreendente imaginar que as fotos são armazenadas em um SSD de 68GB. Até porque o Webb gera diariamente 57GB de dados. O Hubble gera de 1 a 2GB o que indica a diferença entre eles. O fato é que o James Webb reserva 3% do seu SSD interno para dados de engenharia e telemetria. E antes que fique cheio, ele envia as informações para a Terra. Leva 24 horas para ele ficar cheio.
A transmissão de dados é um componente crítico da missão Webb e tem sido cuidadosamente estudada e planejada por décadas. O telescópio está a cerca de 1,5 milhões de km da Terra no ponto Lagrange L2. É um longo caminho para enviar dados. Webb é a primeira missão a usar frequências de banda Ka para enviar sua quantidade relativamente alta de dados. Especificamente, o IEEE Spectrum observa que o JWST está transmitindo dados em um canal de 25,9GHz a até 28Mb/segundo (0,0035GB/seg). Isso dá cerca de 12,6GB por hora.
As frequências de banda Ka podem transmitir mais dados do que a banda X (7-11.2GHz) ou a banda S (2-4GHz). Essas bandas são escolhas típicas para naves espaciais distantes. Dada a alta quantidade de dados do Webb, essas bandas não eram uma opção viável. Além disso, segundo Carl Hansen, engenheiro de sistemas de voo do Space Telescope Science Institute (STScI), uma antena de banda X comparável teria sido grande o suficiente para que pudesse ter dificultado a capacidade de Webb de capturar imagens nítidas.
Embora os dados primários sejam transmitidos usando uma banda Ka, o Webb inclui dois canais de banda S. Um uplink de 2,09GHz transmite horários de observação ao telescópio a cerca de 16Kb/s. Uma segunda banda S de 2,27 GHz tem um downlink de 40kb/s que transmite dados de engenharia, incluindo status operacional e saúde do sistema. Em L2, Webb está sujeito a temperaturas extremas de cerca de -223° C (-370° F) e radiação significativa. O SSD teve que passar por testes extensivos, é claro. Mesmo assim, após uma década, a capacidade do SSD será reduzida para cerca de 60GB devido à radiação e desgaste geral. A NASA espera que Webb cumpra pelo menos 20 anos, o dobro do plano original da missão. Mas tudo vai depender da “resistência” do SSD até lá…